As vendas no Carnaval deste ano em Belo
Horizonte foram melhores do que as de 2019, de acordo com 47% dos
empresários dos setores de comércio e serviços da capital mineira.
Para 23,5%, as comercializações foram iguais às do ano passado. Já 20,2% consideram que foram piores e 9,2% muito piores.
Os dados foram divulgados pela Câmara de
Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), autora do estudo, e
mostram, ainda, que as vendas foram puxadas pelos produtos alimentícios
(21,8%) e pelas roupas (21%). Depois do desembolso maior para esses
itens, vêm os gastos direcionados às fantasias (16%), às bebidas (9,2%) e aos artigos de festa (7,6%). O cartão de crédito foi o recurso mais utilizado para realizar o pagamento (77%).
A economista da entidade, Ana Paula Bastos, ressalta que o Carnaval de
Belo Horizonte é uma data que tem sido cada vez mais marcada no
calendário de diversas pessoas. A festividade atrai não somente os que
residem e permanecem na capital mineira durante o período, mas também
muitos turistas, destaca ela, o que ajuda a explicar os números
positivos registrados neste ano.
Cada um desses foliões, aliás,
desembolsou R$ 65 em média por compra feita durante a festividade, de
acordo com os empresários entrevistados pela CDL-BH.
O
crescimento no número de pessoas que curtem o Carnaval em Belo
Horizonte, porém, não foi o único motivo para a alta das vendas, segundo
Ana Paula Bastos. A própria situação econômica do País contribuiu para
os índices mais animadores. Houve também a melhora no ambiente
econômico, frisa ela.
De acordo com a economista, somente a
percepção dessa melhoria por parte dos consumidores já faz com que eles
fiquem mais confiantes para realizar as suas compras. Além disso, lembra
Ana Paula, há ainda outros fatores positivos no cenário atual, como a
desaceleração da taxa de desemprego, o aumento do consumo das famílias e
da renda extra em circulação, diz.
Hotelaria O segmento
hoteleiro também foi impactado positivamente pelo Carnaval. Ainda
segundo os dados da CDL-BH, para 66,7% dos empresários do setor, o
período festivo foi melhor ou igual ao do ano passado. O valor médio
desembolsado pelos foliões em cada diária foi R$ 191. O cartão de
crédito também foi a forma de pagamento mais usada na área, atingindo
94,4%. O ramo hoteleiro já está na rota do Carnaval, ressalta Ana
Paula Bastos.
Para 43% dos entrevistados, a organização do
Carnaval foi considerada muito boa. O item que puxou as avaliações
positivas foi a segurança, atingindo 48%. Ainda segundo a pesquisa
realizada pela entidade, a avaliação foi muito boa (38%) no que diz
respeito à limpeza da cidade e à quantidade de banheiros químicos. Além
disso, para 44,5% dos entrevistados, a cidade foi preservada, sem danos
ao patrimônio público e privado.
A mobilidade urbana, que pode
afetar diretamente as vendas no comércio caso o acesso de funcionários e
clientes não ocorra de forma harmoniosa, por sua vez, foi apontada como
muito boa por 33% dos empresários.
Diante de todo esse
cenário, a economista Ana Paula Bastos destaca que o Carnaval é uma
data que faz a diferença nas vendas do varejo. Além de gerar mais renda
em circulação, contribui com a visibilidade da cidade, afirma.
Confiança aumenta entre empresários de BH
Apesar do cenário econômico brasileiro instável nos primeiros meses do
ano, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo
Horizonte variou positivamente pelo sétimo mês seguido, alcançando 127,3
pontos em fevereiro.
Este é o maior patamar atingido pelo
indicador desde 2017. O resultado, que permanece acima da fronteira do
otimismo (100 pontos), supera em 3,4 pontos percentuais (p.p.) o obtido
em janeiro (123,9 pontos). O Icec é elaborado pela Fecomércio-MG, com
dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC).
O cenário de otimismo deve ser mantido ao longo dos
próximos meses, de acordo com o economista-chefe da federação, Guilherme
Almeida. Uma série de mudanças estão sendo pautadas pelo governo, que
espera pela aprovação das reformas estruturais que beneficiarão o País.
Por isso, para planejar novos investimentos, os empresários aguardam a
consolidação dessas propostas, avalia.
A pesquisa Icec reflete
as perspectivas em relação ao futuro da economia, do comércio e das
empresas atuantes, antecedendo assim aos resultados nas lojas. O
indicador serve de referência para decisões relativas ao desenvolvimento
local, como os investimentos e a geração de novos empregos.
Segundo Almeida, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio
(Icaec), um dos subindicadores que compõem o Icec, foi o fator que mais
contribuiu para o aumento da confiança. Para a maioria dos empresários
do setor, a condição da economia melhorou (64,2%). Esse percentual é
ainda maior em empresas de grande porte, chegando a 90,9%. Em relação às
condições atuais do setor, mais de 60% perceberam um cenário mais
favorável.
O outro item que apresentou elevação, no mesmo
período, foi o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec),
que sinaliza as impressões do setor em relação aos próximos meses. Esse
subindicador atingiu 159 pontos, resultado diretamente associado à
confiança dos entrevistados na evolução da economia brasileira (92,6%),
na expansão do setor (93%) e no crescimento das vendas da própria loja
(95,1%).
Por fim, o Índice de Investimento do Empresário do
Comércio (Iiec) que retrata os planos de melhoria na loja, de
ampliação de estoques e do quadro de funcionários atingiu 109,5 pontos
em fevereiro. Como destaque do subindicador está a projeção na
ampliação do quadro de funcionários, item apontado por 69,1% dos
entrevistados. Já 42,3% dos empresários afirmaram que os investimentos
na empresa estão ligeiramente superiores.