A transferência do Programa de Parceria
de Investimentos (PPI) da Casa Civil para o Ministério da Economia,
publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial, representa uma vitória e
concretiza um desejo antigo do ministro Paulo Guedes.
Para ele, era natural que o departamento
de concessões e privatizações do governo ficasse sob o guarda-chuva de
técnicos da economia, e não sob a responsabilidade da articulação
política do governo, segundo interlocutores do ministro.
Na
Economia, a maior chance é que o secretário especial de Desestatização,
Salim Mattar, fique com o programa. O empresário já cuida das estatais e
das privatizações do governo federal. O desenho final só vai ser
definido na próxima segunda-feira, numa reunião semanal que Guedes faz
com o secretariado.
Assim que soube da decisão de Bolsonaro,
Guedes pediu à sua equipe para conversar com os técnicos do PPI, mapear a
atual estrutura do órgão e desenhar como ele ficará na Economia.
O
PPI sempre teve forte influência do ministro da Infraestrutura,
Tarcísio de Freitas, que indicou a atual secretária especial do
programa, Martha Seillier. Em 2019, os destaques do programa foram
justamente concessões de portos, aeroportos e rodovias, ligadas
diretamente à pasta da Infraestrutura.
A proximidade do PPI com
a Infraestrutura já era alvo de críticas reservadas de Mattar e sua
equipe, para quem o programa não tocava com o mesmo empenho as demais
privatizações. Em 2019, apenas a venda de subsidiárias de estatais
avançou, num tipo de operação realizada pelas próprias empresas. Até
agora, o governo não conseguiu privatizar ou fechar nenhuma estatal de
controle direto da União.
É por isso que fontes do ministério
avaliam que Seillier pode perder o cargo assim que o PPI for transferido
oficialmente para Mattar. Ela estava entre as integrantes do voo da FAB
liderado pelo ex-secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini,
que usou a aeronave para se deslocar de Davos, na Suíça, à Nova Delhi,
na Índia