Explicando melhor: se, na estratégia de crescimento de um varejista surge um perfil específico de loja ou empresa que não está à venda, a VarejoConnect faz a ponte e a intermediação entre ambas. O inverso também pode acontecer, com um varejo querendo encontrar um comprador. Nos dois casos, é importante frisar, o processo acontece sob sigilo absoluto.
Mas você pode estar se perguntando: por que adquirir se posso construir minhas próprias lojas? Ou ainda: como saber se estão oferecendo um bom preço quando receber uma oferta de compra? Entenda a seguir o que acontece no mercado.
Construir estará mais caro neste ano. Segundo matéria publicada no portal da SA Varejo, em 26/11/2020, materiais e equipamentos encareceram 13,77% em 2020 (dados da FGV), sendo que a expectativa é de mais pressão em 2021 em função da alta do dólar. Segundo Leonardo Tonelo, sócio da VarejoConnect, soma-se a isso o fato de os varejistas sentirem falta de boas lojas disponíveis e que tenham o perfil do comprador.
Além disso, antes de iniciarmos o mapeamento, existia apenas a intermediação de lojas que já estavam disponíveis no mercado, sendo a maioria sem atratividade para os compradores, uma vez que as melhores não costumam ficar muito tempo à venda, explica o sócio da empresa. Já as que permanecem no mercado tendem a exigir investimentos em reformas.
A conjunção desses fatores acaba inviabilizando o planejamento estratégico para expansão via aquisição de lojas ou redes. Por isso, as construções costumam ser vistas como a melhor forma de executar os planos de crescimento. Nos últimos anos, entretanto, o desenvolvimento do mercado imobiliário vem dificultando encontrar boas oportunidades e elevando os preços dos imóveis. Outro ponto que precisa ser considerado pelo varejista é que, na construção de lojas, o tempo para retorno do capital investido é maior, além de existir um possível risco em pontos sem histórico, alerta Tonelo.
Segundo o sócio da VarejoConnect, em caso de venda, a fórmula para calcular o valor de uma loja normalmente considera o múltiplo do seu faturamento mensal no último ano, enquanto em um negócio que envolve a rede toda, a precificação tem como base um percentual do faturamento anual em média, 25% a 35% do valor apurado nos 12 meses anteriores ao negócio.
A primeira questão a ser discutida e definida entre as partes envolvidas na transação é o conceito de faturamento a ser considerado no valuation. Chamamos atenção para este ponto, porque, às vezes, existe impasse sobre o conceito. Por exemplo: se será utilizado o valor bruto ou líquido, explica. Sendo mais técnico, podemos ter que o faturamento e receita bruta são termos equivalentes, assim, a base para cálculo é o faturamento que, por sua vez, representa a soma de todas as notas fiscais emitidas nos checkouts. Ou seja, o faturamento bruto. Mas nada impede de as partes convencionarem um critério diferente, esclarece.
Tonelo também alerta para o fato de que, na venda de lojas e pontos comerciais, o multiplicador costuma girar em torno de 2 a 3 vezes a média de faturamento mensal. De acordo com ele, a variação acontece em função da performance da loja (venda/m2), da necessidade de reforma e de troca de equipamentos (CAPEX ou investimento) e dos custos de operação, principalmente de aluguel e de estacionamento. Outro aspecto normalmente avaliado é a posição dos concorrentes em relação às lojas e a sinergia com a rede compradora.