O índice que mede o movimento do
comércio varejista no Brasil fechou 2019 com expansão de 1,7%, a
terceira consecutiva, conforme dados apurados pela Boa Vista. No
entanto, as vendas encerraram dezembro com queda de 2,5% em relação a
novembro (alta de 2,3%), mas subiram 0,8% em relação ao último mês de
2018.
A despeito da retração observada em
dezembro no confronto com o mês anterior, a equipe econÒmica da Boa
Vista ressalta em nota que as concessões de crédito com recurso livres
ao consumidor vêm mantendo ritmo de crescimento. Além disso, acrescenta
que a inflação sob controle e a liberação dos recursos do FGTS no ano
passado deram sustentação ao avanço do setor na comparação interanual
nos últimos meses de 2019.
Entretanto, a retomada lenta do
emprego e o pouco crescimento da renda estão elevando o nível de
endividamento do consumidor e do comprometimento dos rendimentos,
resultando, consequentemente, em risco de aumento da inadimplência.
Porém, "ao menos a curto prazo, o cenário para o movimento do comércio
continua sendo de recuperação gradual, que tende a se repetir ao longo
de 2020", estima a Boa Vista.
A queda de 2,5% do comércio
varejista em dezembro ante novembro, conforme a instituição, foi puxada
pela categoria de Móveis e Eletrodomésticos, que apresentou recuo de
4,7%, após alta de 5,2%, com ajuste sazonal. Nos dados sem ajuste
sazonal, ao longo de 2019 o segmento cresceu em torno de 0,2%.
Outra categoria que registrou declínio foi o de Supermercados, Alimentos
e Bebidas, de 1,8%, mas mostrou aumento de 2% no acumulado em 12 meses.
Já o segmento de Combustíveis e Lubrificantes subiu 1,8% no último mês do ano passado, acumulando recuo de 0,2% em 2019.
Por fim, a taxa dessazonalizada da categoria de Tecidos, Vestuários e
Calçados teve alta de 0,4% em dezembro ante novembro, com o dado
acumulado em 2019 subindo 6,3%.