Não temos o suficiente para atender uma demanda tão boa. E no mercado não há mais garrafa disponível para comprar, relatou Alexandre Angonezi, diretor administrativo da Cooperativa Vinícola Garibaldi , em entrevista ao jornal Valor Econômico . A empresa havia se preparado para um aumento de 15% a 20% nas vendas, porém a alta registrada na procura foi de 30% entre julho e setembro e agora já está ainda maior. Para driblar o problema, a Garibaldi teve que importar 500 mil garrafas da Argentina. Para isso, porém, precisou pagar 20% acima do preço normal.
Nesse cenário de falta de um insumo básico, cresce o risco de ruptura no varejo. dados da Neogrid apontam índice médio de 11,6% na falta de vinhos nas lojas. Já em cervejas, categoria também afetada pelo problema de escassez de embalagens, a ruptura está em 18,92%. O nível de ruptura nunca foi tão alto. Todas as cervejarias apresentam falta de produtos no varejo, analisou Robson Munhoz, vice-presidente da Neogrid , ao Valor Econômico. O problema atinge não só as garrafas de vidro, mas também as latas.
"Estamos enfrentando desafios pontuais com alguns insumos inerentes ao negócio, mas buscando junto aos fornecedores soluções para a normalização e menor impacto possível ao processo, esclareceu o Sindicerv, que reúne indústrias cervejeiras. Entre as fabricantes de cerveja ouvidas pelo jornal, a Ambev informou que "segue atendendo seus clientes e tem feito um esforço extra para atender à demanda crescente, enquanto a Cervejaria Petrópolis negou qualquer dificuldade em conseguir embalagens. Já a Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva) reconheceu que a falta de embalagens é mais grave para as micro e pequenas cervejarias.