Mesmo com o fim ou o relaxamento da quarentena, o consumo sofrerá oscilações, seja pelo impacto eventual de novas ondas de contaminação ou da forte recessão, hoje tida como inevitável.
Portanto, é hora de redobrar cuidados e se agarrar às novas oportunidades.
Se por um lado investimentos em mão de obra e tecnologia são indispensáveis, por outro convém rever gastos como os de marketing e de contratações em áreas pouco críticas, além de reduzir linhas de crédito.
As pessoas temerão por um bom tempo a circulação excessiva pelas lojas.
Uma das maneiras de manter a proximidade com o público é viabilizando
lives com informações úteis e a presença de líderes da comunidade local
para debater temas de interesse comum: desde riscos de aumento no
alcoolismo, ou como evitar desperdícios.
O site da revista Exame informou que as transmissões ao vivo pelo YouTube, no fim de março, movimentaram em média quase 3,5 bilhões de minutos de conteúdo por dia. Conforme a matéria, os vídeos ao vivo dão um sentimento de comunidade que ameniza o distanciamento. O site informou ainda que um estudo da consultoria Forrester e da IBM, mostrou que audiência das lives é de dez a 20 vezes maior do que a dos vídeos gravados. Mas atenção: tudo o que é demais cansa. Portanto, pense bem no conteúdo para fazer diferença na sua comunidade.
Se antes da pandemia, o consumidor já vinha se preocupando com produtos saudáveis e o excesso de sal, açúcar e aditivos nos itens industrializados, a partir de agora essa tendência se tornará gritante. A evidência de que pessoas com problemas cardíacos, diabetes e obesidade são vulneráveis ao coronavirus deverá intensificar a preocupação com uma alimentação mais controlada. E o novo mantra para o consumidor será fortalecer a imunidade. Portanto, vale repensar o sortimento, bem como o layout e espaço nas gôndolas, além de comunicação desse sortimento.
Fraquezas nos planos de sucessão das empresas foi um dos problemas observados pelo Wall Street Journal em publicação recente. O coronavirus, que faz mais vítimas entre pessoas acima de 60 anos e com comorbidades (mais de uma doença), acendeu sinal vermelho sobre a escassez ou fragilidade de planos de sucessão. E não se trata só de presidentes de empresas, mas de executivos seniors em diferentes cargos. O afastamento da atividade diária para se proteger da contaminação pode desencadear problemas para organização. Sucessores/backup bem desenvolvidos dão mais segurança aos indivíduos e às empresas. Pense a respeito.
Muitos supermercadistas estão surpresos com a velocidade com a qual
conseguiram implantar e-commerces, adaptar lojas e reverter processos. O
que antes era perseguido com muito esforço foi impulsionado
inesperadamente pela realidade. Portanto, mantenha isso em mente e faça
um inventário detalhado do que viabilizou essa rapidez. Em muitos casos
foram os investimentos em tecnologia e pessoas. Veja como manter esses
eixos em funcionamento para ganhar produtividade.
A mobilização da equipe (em parte impulsionada espontaneamente pelo momento difícil) precisa ser preservada. E isso passa por muitos pontos que podem ter sido negligenciados ao longo do tempo: capacitação, programa de remuneração extra com base em merecimento, ações solidárias da empresa junto à comunidade, oportunidades de ascensão dentro da empresa, autonomia para tomada de decisões (desde que bem definida), empatia por meio de palavras e ações
A conversa ainda que informal é fundamental neste momento. Com todos: fornecedores, autoridades locais, outros empresários do varejo, clientes, funcionários. Só assim se mantém o pulso da situação. Não ignore observações ainda que contrárias à sua. Ouça. Elas podem indicar uma nova e necessária decisão.
Veja se não é a hora de transformar lojas deficitárias em área de separação de mercadorias para e-commerce e clique e colete. Ninguém mais acredita que as vendas online cairão aos níveis pré-Covid. O pé nesse acelerador talvez deva ganhar mais peso. Lembre-se que televendas e vendas por whatsapp se reveleram um sucesso.
Está difícil planejar o segundo semestre deste ano imagine 2021, certo? Mas é preciso traçar cenários e começar a preparar a empresa. Desde orçamento e metas, a decisões que precisam ser tomadas para melhorar o desempenho. E aí planeje o que você sempre soube que era necessário, mas nunca teve tempo de executar. Apesar do privilégio do autosserviço alimentar no cenário de crise, preservar margens e ganhar eficiência se torna ainda mais relevante. Quais seriam os pontos: redução de perdas e ruptura, mudanças de metas e remuneração da equipe comercial, desenvolvimento de novos fornecedores, com outros empresários, testes de exposição, layout, abordagem do cliente, investimentos em TI. Liste, discuta, priorize.
Você já sabe que é importante, mas esse será um ponto crucial para encarar a instabilidade do mercado por um bom tempo. Seja com CRMs ou pesquisas com clientes de maneira tradicional. A informação bem trabalhada (e aí está um ponto de atenção importante) poderá ajudar nos ajustes de sortimento e serviços, nas promoções e na troca de informações com a indústria