A indústrias extrativas do país
fechou 2019 com uma queda de 1,1%, segundo dados da Pesquisa Industrial
Mensal (PIM) divulgados hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O resultado veio depois de duas altas consecutivas,
em 2017 (2,5%) e 2018 (1%).
Segundo o gerente da pesquisa,
André Macedo, um dos responsáveis pela queda de 2019 foi o rompimento da
barragem da Vale em Brumadinho (MG), que teve impacto importante no
recuo de 9,7% das indústrias extrativas no ano.
Mas esse não
foi o único motivo para a queda. Dezesseis das 26 atividades industriais
pesquisadas tiveram queda no ano. A produção industrial pode estar
sendo impactada pelas incertezas no ambiente externo e também pela
situação do mercado de trabalho no país que, embora tenha tido melhora,
ainda afeta a demanda doméstica, explica Macedo.
Além das
indústrias extrativas, tiveram quedas importantes os segmentos de
metalurgia (-2,9%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,9%) e de
manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,1%).
Por outro lado, dez atividades tiveram alta e evitaram um desempenho
mais negativo da indústria, entre elas produtos alimentícios (1,6%),
veículos automotores, reboques e carrocerias (2,1%), coque, produtos
derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), produtos de metal (5,1%)
e bebidas (4%).
Entre as quatro grandes categorias econômicas
da indústria, a queda foi puxada pelos bens intermediários, isto é, os
insumos industrializados usados no setor produtivo (-2,2%) e pelos bens
de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (-0,4%).
Por outro lado, os bens de consumo tiveram alta. Os bens duráveis cresceram 2% e os bens semi e não duráveis, de 0,9%.
Analisando-se apenas o mês de dezembro de 2019, a indústria teve quedas
de 0,7% na comparação com o mês anterior e de 1,2% em relação a
dezembro de 2018.
Na comparação com novembro, a queda foi
puxada pelos bens de capital (-8,8%). Entre as atividades da indústria,
os principais recuos vieram de indústrias extrativas (-1,4%), de
produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,2%), de artefatos de couro,
artigos para viagem e calçados (-6,6%), de metalurgia (-1,9%) e de
produtos de metal (-2,9%).
Em relação a dezembro de 2018, o
principal resultado negativo também veio dos bens de capital (-5,9%).
Entre as atividades, as maiores quedas foram observadas nos segmentos de
indústrias extrativas (-12,2%), metalurgia (-10,4%), produtos
farmoquímicos e farmacêuticos (-17,3%) e máquinas e equipamentos
(-7,2%).