O Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central (BC) realizou nesta terça (4) e quarta-feira (5) a
primeira reunião de 2020 para definir a taxa básica de juros da economia
(Selic), atualmente em 4,5% ao ano. Existe a possibilidade de uma nova
redução em 0,25 ponto percentual da Selic, para 4,25% ao ano.
No fim de julho, o Copom iniciou um
ciclo de cortes, reduzindo a Selic em 0,5 ponto percentual para 6% ao
ano. Em setembro, a Selic foi reduzida novamente em 0,5 ponto
percentual, com cortes adicionais de 0,5 ponto em outubro e 0,5 ponto em
dezembro.
Segundo a última edição do boletim Focus, pesquisa
do BC com instituições financeiras, a Selic deve ser reduzida para 4,25%
na próxima reunião, permanecendo nesse nível até dezembro e só subindo
em 2021.
No entanto, a alta do dólar nos últimos dias e a
inflação de alimentos, como a carne, no fim do ano passado, podem fazer o
Copom manter os juros básicos e esperar um pouco mais para promover um
novo corte.
Meta de inflação
A taxa
básica de juros é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de
inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Neste
ano, a meta é 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%. Para
as instituições pesquisadas pelo boletim Focus, a inflação calculada
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar
2020 abaixo do centro da meta, em 3,47%, mesmo com a alta recente da
carne.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os
custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a
Selic, o Copom precisa estar seguro de que os preços estão sob controle e
não correm risco de ficar acima da meta de inflação.
O Banco
Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto -
comprando e vendendo títulos públicos federais - para manter a taxa de
juros próxima ao valor definido na reunião do Copom.
A taxa
básica, que serve de referência para os demais juros da economia, é a
taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro
Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (Selic).
O Copom, formado pela diretoria do BC,
reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas
apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias
brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo
dia, os membros do Copom analisam as possibilidades e definem a Selic.