O último mês do ano sempre registra
resultados completamente diferentes em duas medidas de emprego. O Caged
sempre cai em dezembro. É a medida de emprego formal. A desocupação
medida pelo IBGE sempre tem em dezembro um número favorável. Essa medida
é mais ampla e pega todos o tipo de trabalho, não apenas o emprego
formal. Desta vez contudo a diferença ficou ainda maior, porque houve
queda de mais de 300 mil vagas no Caged, e o desemprego caiu para 11%, o
menor número para o último trimestre desde 2015. E foi justamente o
emprego formal que subiu.
Mesmo caindo, o desemprego fechou o ano
em níveis elevados novamente. Mas a taxa ficou 0,6 ponto menor no último
trimestre de 2019 comparado a um ano antes. O dado acompanhou a
atividade econômica, que nos últimos meses do ano também avançou mais
rapidamente. Na média, calculada pelo IBGE, o desemprego em 2019 ficou
em 11,9%, pouco abaixo do 12,3% de 2018. O país, no entanto, ainda tem
11,6 milhões pessoas à procura de um emprego. A fila encolheu, um ano
antes havia 520 mil pessoas a mais nessa condição. O que tem acontecido é
uma queda do desemprego, desde 2017, só que muito lenta para a
necessidade do país.
O destaque deste trimestre, de outubro a
dezembro, é que a melhora foi puxada pelos empregos com carteira
assinada. O período fechou com 593 mil pessoas a mais contratadas no
mercado de trabalho formal (33,7 milhões no total). Os empregos sem
carteira assinada (11,9 milhões) ficaram estáveis no trimestre. Até
setembro, a situação era diferente. A lenta recuperação do índice era
puxada principalmente pelas vagas do mercado informal, de menor
qualidade.
A pesquisa ainda traz números muito ruins. O número
de desalentados continua estável. O país tem 4,6 milhões de pessoas que
desistiram de procurar uma ocupação.
A taxa de desemprego foi a
melhor para o fim do ano desde 2015, quando era de 8,9%. Isso também dá
a medida da lenta recuperação da economia. O país ainda está distante
dos 6,2% de desemprego que tinha no fim de 2013, melhor taxa da série
para o quarto trimestre. O próprio governo prevê que o desemprego só
cairá para um dígito em 2022.