Nos últimos anos, a palavra reforma se
tornou frequente nos debates econômicos e noticiários do País.
Especificamente em 2019, os esforços pela aprovação da reforma da
Previdência, da Lei da Liberdade Econômica e da Lei do Cadastro Positivo
a colocaram ainda mais em evidência. Tais medidas visaram simplificar a
burocracia, facilitar a abertura de empresas e estimular a geração de
novos empregos no País. Mas, qual o impacto dessas ações para 2020? O
que o ano reserva aos empresários?
Após o risco de recessão no 2° semestre
de 2019, o Brasil dá sinais de que terá um crescimento mais consistente
neste ano. A União espera que o Produto Interno Bruto (PIB) expanda
2,32%, acima da média de 1,7%, prevista pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI), para os países desenvolvidos. A expectativa pelas
reformas tributária e administrativa também contribui para essa
projeção.
Esse cenário positivo deve-se, em parte, à melhora
dos indicadores macroeconômicos no ano passado. A taxa Selic atingiu o
menor patamar da história (5% ao ano), a inflação se comportou abaixo do
centro da meta (4,25%) e o País registrou, de janeiro a novembro,
948.344 novos empregos formais. O saldo é considerado o maior desde
2013, período anterior à crise.
Embora a informalidade tenha
contribuído, em parte, para a retomada do emprego, o otimismo do
empresário e a recuperação do consumo impulsionam a demanda por mão de
obra formal. Não por acaso, o FMI prevê que o desemprego caia de 11,6%,
no 3° trimestre de 2019, para 10,8% em 2020.
Com o consumo
aquecido, a expectativa é que o país expanda as vendas no comércio.
Hoje, só os gastos familiares representam 60% do PIB nacional. A lógica é
a seguinte: se há demanda crescente por produtos e serviços e a oferta a
acompanha, o setor melhora suas vendas, especialmente diante de um
cenário de inflação baixa, juros em queda e perspectiva de liberação de
mais R$ 12 bilhões em recursos extras do FGTS.
Um levantamento
da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
confirma essa tendência. Segundo a entidade, o varejo ampliado deverá
expandir 5,5% em 2020, enquanto o varejo restrito - que exclui o ramo
automotivo e de materiais de construção - crescerá 3%.
Diante
desses dados, é possível vislumbrar um ano mais promissor para o País.
Para isso, precisamos avançar mais na implementação de medidas e
reformas que desburocratizem nossa economia, como a reforma tributária. A
iniciativa é essencial para Minas Gerais, que, assim como o País, vê-se
diante de um sistema tributário dispendioso e oneroso. Com essas
adequações, teremos um ambiente capaz de reverter o crescimento tímido e
os desinvestimentos dos últimos anos.
Nesse sentido, a palavra
de ordem para 2020 deve ser coragem, para lutarmos por condições mais
favoráveis ao empresariado, compromisso que a Fecomércio MG assume com o
setor de comércio de bens, serviços e turismo de Minas Gerais. Além
disso, é necessário manter o otimismo para se sobressair diante das
adversidades e buscar soluções inovadoras capazes de fomentar os
negócios. Com determinação, este ano certamente será de resultados
positivos para todos.